Dia 25 de janeiro, plena terça-feira teremos a famosa lista de indicados ao Oscar 2011 divulgada. Estou na torcida do meu favorito ainda que não tenha levado sequer um dos quatro Globo de Ouro pelo qual foi indicado e ainda por cima tratado como blockbuster este ano (vide ano passado Avatar X Guerra ao Terror) vou dizer a vocês porque A Origem é o filme do ano...
Primeiro pelo fato de se ter um concorrente totalmente diferente ao seu lado "A Rede Social" ou como costumo tratá-lo - o filme do facebook- Nada mais é do que um punhado de flashbacks, costurados à uma audiência onde os amigos de outrora discutem quem na verdade criou o tal site de relacionamentos. Apontado como obra prima, por fazer uma perfeita reconstituição dos fatos e "imprimir"na tela um momento em que jovens ficam milionários por criar ferramentas na internet, no filme somos apresentados também ao criador do Napster, o site que quase derrubou a indústria fonográfica por permitir downloads gratuitos, que na minha opinião na verdade Re-Inventou toda a indústria consideralvemente. David Fincher usa do seu faro para lançar atores ao estrelato combinando até uma boa escolha de elenco , que fique claro aqui - Andrew Garfield (guardem esse nome) ou o novo Spider Man. Fazer aqui qualquer ressalva a Jesse Eisenberg ou sua indicação a melhor ator, isso não defenderei, o cara é fraco, apático, já Rooney Mara, a única mulher do filme até tenta convencer no papel de interesse amoroso de Jesse -saída de um remake de A Hora do Pesadelo- e agora protagonista do seu novo filme - o remake do sueco "Os homens que não amavam as mulheres"- famosa e interessante Trilogia Millenium lançada aqui pela Cia das Letras. E não vamos esquecer Justin Timberlake, que cismou ser ator, o cara vem fazendo até boas escolhas, e merece de certa forma destaque como conduziu seu personagem, o tal criador do Napster... Resumindo digo que David Fincher fez algo aqui como John Hughes fazia... Hughes tinha "faro" a lançar grandes estrelas, é só olhar qualquer um de seus filmes dirigidos nos ano 80, ele reunía vários atores e logo depois era só acompanhar o rumo que eles tomavam após seus filmes... E só, o filme nem é isso tudo que andaram pintando por aí.
Concorrente à altura definido agora vamos ao que interessa do outro lado do ringue...
A Origem.
Christopher Nolam com este filme acaba por definir o que na minha opinião daqui há alguns anos será o "divisor de águas" no cinema. Se antes éramos apresentados a incríveis viagens no tempo/espaço, o cara disse: E por que não viajarmos dentro da sua mente?
Então durante anos ele escreveu o roteiro de A Origem, protagonizado por Leonardo DiCaprio. A trama mostra o quanto nossos sonhos podem ser vulneráveis e idéias que também podem ser "plantadas" em nossa mente. Parece complicado?
Na realidade não, todo roteiro é muito bem desenhado, focado em Cobb, um especialista na "inserção" de idéias, ele é contratado por Saito (Ken Watanabe) para uma espécie de espionagem industrial, onde a missão será "plantar" na mente do seu concorrente, o herdeiro de um grande império, o desejo de acabar com tudo criado pelo próprio pai, agora em estado terminal.
O que os parceiros de missão de Cobb(Ellen Page como a arquiteta dos sonhos- Joseph Gordon Levitt - Tom Hardy) não contam é que as projeções mentais de sua mulher (que se suicidou e crime do qual ele é acusado durante o filme) acaba se tornando a grande vilã, aparecendo em alguns momentos Mal, vivida por Marion Cotillard pode comprometer a missão.
Falar mais é estragar a enorme surpresa que é o filme. A Origem, é um filme para ser apreciado, analisado, daqueles que quando acaba, gera muita discussão, e merece sim porque não? Levar o "melhor filme". Possivelmente Nolam novamente será indicado ao Oscar como diretor, alternando sua direção em filmes pessoais como "Amnésia", vale lembrar que os últimos filmes do Batman foram dirigidos por ele, saía então o visual gótico e cartunesco de Tim Burton e entrava numa tour de force, um visual mais real e uma trama muito mais elaborada.
Vamos aguardar... E eu na torcida!